- Se tu soubesses como me senti não olharias nem falarias assim comigo - disse com água nos olhos.
- Desculpa. Também me fizeste sofrer e agora não encontro o caminho para casa. Dás-me a tua mão? - perguntou com um olhar frio.
- Fiquei sem mãos para te segurar. Perdi-as enquanto corria atrás de ti. Nem reparaste que te queria e te seguia.
- Desculpa. Posso fazer uma coisa... Vou esculpir umas mãos para ti... Ainda sei como eram as tuas mãos quando tocavam nas minhas. parece que as sinto.
- Obrigada.
- Depois disso... prometes que me ajudas a voltar para casa?
- Sim. Enquanto arranjas as minhas mãos vou coser-te o coração...
- Tens linha suficiente para o coser?
- Sim. Tem é de ser linha preta... De que cor é o teu coração?
- Vermelho.
- Já gastei a linha vermelha... agora só tenho preta e verde. A linha verde é para o meu coração. Às vezes tento cosê-lo mas é tão difícil.
- Então fazemos assim... Dás-me um pouco de linha verde não vás precisar que eu te cosa durante o nosso regresso a casa.
- Ah ah ah ah. Deve ficar um belo remendo!
5 comentários:
Prende-me o olhar e verás quanto tudo se torna cruel. Cada pedaço de memória por entre os dedos. Cada sopro de desejo perdido no refelxo das lágrimas de te ver. Prende-me o olhar de novo. Para que consiga abrir-te a janela...
O bom desta história é que está lá alguém, a quem pedir, a quem dizer que falhou, de quem esperar que seja capaz de fazer diferente, a quem entregar mãos e coração, mesmo que feridos e magoados...
.. digo eu...
Este texto é muito bonito!
Bjs
Este texto é uma delicia!Amei.
bjo
:)
Magnífico diálogo.
Parabéns.
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