quinta-feira, maio 24, 2007

O aviso


"Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito..."

Prefiro que não hajam avisos...

4 comentários:

Pedro Branco disse...

Há coisas que não se combinam. Mas são mesmo assim... Acontecem. Adoro este texto. É muito mais genial do qualquer racionalidade!

o Reverso disse...

a linguagem pode ser uma fonte de mal entendidos...
maravilhoso pedacinho de escrita.

J disse...

bonito texto! fez-me sorrir :)

Anónimo disse...

Olá a todos a começar pela minha irmã!
Estou surpreendido pela qualidade gráfica e pela excelente partilha dos pequenos pormenores que fazem a amizade e o querer bem ao Outro.
Voltarei em breve, não tão espaçadamente.
Xipitolé